quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CARRANCAS

CARRANCAS


        As primeiras referências às carrancas datam de 1888 em livros de Antônio Alves Câmara e Durval Vieira de Aguiar. A carranca, já usada por romanos, egípcios, fenícios, assírios e gregos, parece que surgiu no Brasil como um recurso primitivo de publicidade: atrair para as embarcações a curiosidade da gente das fazendas, pois a população ribeirinha dependia do transporte de mercadorias pelo rio São Francisco, e os barqueiros utilizavam as carrancas para chamar a atenção para sua embarcação.
         Os proprietários que buscavam tornar seus barcos mais atrativos para conseguir maior número de passageiros decoravam a proa à moda das embarcações primitivas de povos ocidentais. Além de concorrer entre si para atrair a freguesia nas embarcações, os barqueiros se valeram também do aspecto lendário das carrancas que, segundo a crença e o misticismo do povo da região ribeirinha, serviam de amuleto de proteção, salvaguardando barqueiros, viajantes e moradores contra perigos e maus presságios. A tradição diz que a cabeça, por meio de três gemidos, avisa quando a barca vai afundar. Também é chamada de cabeça-de-proa ou Cara feia.



          
          As carrancas são esculturas de cabeças humanas ou de animais, entalhadas na madeira e grosseiramente coloridas, obras de artistas populares anônimos da região.
         Usada como peça decorativa de ambientes externos ou internos, as carrancas que antes eram utilizadas em embarcações, hoje agrega valor e empresta ao lugar uma decoração rústica e cultural.